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Nota de Repúdio: Estupro não se justifica, se pune!

 O Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro (Sindimetal-Rio) manifesta, através da presente nota, seu repúdio ao resultado da pesquisa do Ipea (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas) que apontam que 65% dos entrevistados apóiam o ataque às mulheres que “mostram o corpo”.

Consideramos o resultado dessa pesquisa sobre violência sexual e estupro chocante e repudiamos veementemente esse tipo de pensamento que culpabiliza a vítima por um crime hediondo. Para nós a prática de estupro não pode ser justificada sob qualquer ótica que seja, ela deve ser punida de forma rigorosa.

No Brasil, meio milhão de pessoas são estupradas por ano sendo 88,5% mulheres. A cada 12 segundos uma cidadã é violentada em nosso país e isso significa que até você chegar até essa parte de nossa nota pelo menos duas mulheres já terão sido vitimas de abuso sexual. Manifestamos nosso estarrecimento ao saber que dois terços das pessoas ouvidas pelo IPEA são mulheres que acreditam que outras mulheres são corresponsáveis pelo ato criminoso pela simples forma como se vestem. Isso evidencia ainda mais como as campanhas de conscientização com a temática de gênero são importantes e necessárias não apenas por parte do poder público, mas também como sendo uma das tarefas prioritárias dos movimentos sociais organizados.

Nos preocupa a realidade de que apenas 10% dos casos sobre violência sexual são informados à polícia. Acreditamos que isso se deve a mesma lógica que faz com que até mesmo mulheres culpem as vítimas por conta desse tipo de ato bárbaro. É muito grave e infelizmente recorrente que muitas mulheres julguem as vítimas e as acusam por responsabilidade parcial no estupro. Mulheres também mães e chefes de família e que educam seus filhos levando padrões ultrapassados e repressores, tornando-os cruéis reprodutores do ciclo de mazelas que contribuem para uma sociedade desigual e preconceituosa.

Salientamos que nos últimos anos, o Brasil deu saltos significativos na construção de políticas públicas que combatem a discriminação e a violência contra a mulher. Mas reafirmamos que é hora de darmos atenção ao que está sendo revelado por esta pesquisa. A sociedade não pode permitir se levar por ideias machistas e patriarcais que pregam a subordinação feminina e o controle de homens sobre as mulheres. Não é um vestido justo ou saia curta que determinam as chances de um estupro. É a mentalidade atrasada que persiste, que justifica a violência, por perpetuar a imagem da mulher como ser de segunda categoria e objeto de desejo. Homens e mulheres devem encarar o estupro como crime hediondo. 

 

Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro

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